Aspersão Térmica na cozinha? O que a aspersão térmica tem a ver com culinária? Eu conto para você.
No último mês comecei a ler o livro Pense no Garfo – Uma história da Cozinha e de como comemos, de Bee Wilson. Ela foi semifinalista de uma das edições do programa Masterchef e, antes de escrever sobre culinária, foi pesquisadora visitante de história no St. John´s College, Cambridge.
No livro, a autora abordou a evolução histórica de como utilizamos cada um dos utensílos nas nossas cozinhas nos dias de hoje. E o que me chamou a atenção foi a panela! Sim, ela mesma. Utilizada pra fazer sopas, arroz, massas, carnes e todo o tipo de comidas possíveis de se imaginar. Feita de todos os tamanhos, formatos e materiais.
Um engenheiro norte americano, chamado Chuck Lemme, resolveu abordar o tema da escolha da panela ideal. Aquela que eliminasse o maior número de riscos possíveis na hora de cozinhar. Ele avaliou os materiais em nove categorias:
1 – Qual a capacidade do material em uniformizar os pontos quentes da panela?
2 – Qual a chance do material liberar toxinas?
3 – O material tem tendência a se deformar?
4 – O material suporta quedas?
5 – Nível de aderência do alimento na panela.
6 – É fácil de lavar?
7 – Ele é um bom condutor de calor para a parte de cima?
8 – Peso (uma pessoa consegue levantar com facilidade?)
9 – Custo
Para cada um dos critérios, Lemme atribuiu notas aos materiais e classificou os resultados criando um índice de idealidade, cuja nota máxima seria 1000 pontos.
Avaliando diversos materiais, o engenheiro Lemme deu a especificação do que seria uma panela “quase ideal”:
- Ela seria feita de um material compósito.
- A camada externa da base seria laminada com alumínio, com quatro milímetros no fundo e dois nas laterais.
- O núcleo interno seria de aço inox com níquel e seria coberta por um dos revestimentos antiaderentes mais duráveis (possui alta resistência ao desgaste), de níquel aplicado por aspersão térmica à chama.
Lemme nunca produziu e nem comercializou a sua panela ideal e, na sua escala, ela teria nota 734. Mas já é possível encontrar panelas revestidas com cerâmica, por essa técnica.
O mais interessante desta constatação, para mim, foi pensar que até em projetos de utensílios domésticos os revestimentos aplicados por aspersão térmica são sinônimo de durabilidade. Às vezes, aqui da minha mesa, olhando para a fábrica e cada detalhe de peças que passam pela Rijeza, nem me dou conta do quanto todos esses processos de revestimento estão presentes em cada momento da vida diária.
E é assim, entre a fábrica e a cozinha, que o trabalho se desenvolve e a vida passa. Que além da lição de aspersão térmica, nós profissionais da indústria nunca percamos a capacidade de apreciar as coisas boas da vida – como a gastronomia!
Texto de: Darlan Geremia
Saiba mais sobre o processo de Aspersão Térmica. Baixe a seguir o E-book – Tudo o que você precisa saber sobre Aspersão Térmica