Como identificar o tipo de desgaste em peças industriais e escolher o revestimento correto

O desgaste de peças industriais é um dos principais fatores que impactam a disponibilidade dos equipamentos, o custo de manutenção e a produtividade de uma operação. Em setores como mineração, papel e celulose, agroindústria, siderurgia e geração de energia, muitos componentes trabalham em ambientes agressivos, com contato constante com partículas sólidas, fluidos corrosivos, altas temperaturas ou impactos mecânicos repetitivos.

Quando o desgaste não é compreendido corretamente, a solução aplicada tende a ser paliativa. A peça é substituída ou recuperada da mesma forma anterior e o ciclo de falha retorna em pouco tempo. Isso resulta em alto custo acumulado de manutenção, além de paradas não planejadas que comprometem a operação.

Por isso, antes de escolher um revestimento ou material de recuperação, é essencial entender o tipo de desgaste que está ocorrendo. Cada mecanismo de desgaste possui causas, padrões visuais e consequências diferentes. A escolha adequada do revestimento depende diretamente da identificação correta desse mecanismo.

Este guia foi desenvolvido para ajudar engenheiros, técnicos de manutenção, gestores de confiabilidade e compradores a reconhecer os principais tipos de desgaste e compreender como essa identificação orienta a escolha do revestimento ideal.

Por que identificar o desgaste é mais importante do que escolher o revestimento primeiro

É comum pensar no revestimento como a solução central. Porém, o revestimento é a etapa final da decisão. Antes dele, existem duas perguntas fundamentais:

  1. O que está causando o desgaste? 
  2. Quais condições operacionais influenciam esse desgaste? 

Sem essas respostas, qualquer solução corre o risco de ser inadequada. Por exemplo:

  • Usar um revestimento resistente à abrasão em uma peça que sofre impacto severo pode resultar em desgaste acelerado ou trincas. 
  • Aplicar um revestimento espesso em uma peça que necessita precisão dimensional pode comprometer seu desempenho. 
  • Selecionar um material resistente à corrosão em um equipamento onde o desgaste predominante é cavitação pode gerar pouco benefício. 

Identificar corretamente o desgaste evita tentativas e erros, reduz custos e permite que a solução seja duradoura.

Os seis principais mecanismos de desgaste industrial

A seguir, apresentamos os seis tipos de desgaste mais comuns na indústria, suas características e como identificá-los na prática.

1. Abrasão

O que é:
A abrasão ocorre quando partículas sólidas ou superfícies mais duras entram em contato com a peça, gerando um efeito de raspagem contínua.

Sinais visuais típicos:

  • Sulcos paralelos na superfície 
  • Perda gradual de espessura 
  • Aparência de lixamento ou desgaste uniforme 

Onde costuma ocorrer:

  • Bombas de polpa 
  • Transportadores helicoidais 
  • Componentes de colhedoras agrícolas 
  • Rolos e mangas em linhas de produção 

Causa comum:
Fluxo de material particulado ou contato direto com superfícies ásperas.

2. Erosão

O que é:
A erosão acontece quando partículas sólidas em suspensão em fluidos impactam a superfície da peça com velocidade.

Sinais visuais típicos:

  • Desgaste em áreas curvas ou pontos de mudança de direção do fluxo 
  • Perda de material em forma de crateras 
  • Superfície aparentemente “martelada” 

Onde costuma ocorrer:

  • Bombas centrífugas 
  • Válvulas 
  • Tubulações de sistemas hidromecânicos 
  • Equipamentos de lavagem industrial 

Causa comum:
Alta velocidade do fluido aliada à presença de sólidos.

3. Corrosão

O que é:
Degradação do metal causada por reações químicas ou eletroquímicas com o ambiente.

Sinais visuais típicos:

  • Oxidação, manchas e pontos de corrosão localizada 
  • Fragilização da superfície 
  • Perda de material em camadas finas 

Onde costuma ocorrer:

  • Indústria química 
  • Processos com fluidos agressivos 
  • Sistemas expostos a variações de pH 

Causa comum:
Reação química entre o metal e substâncias no ambiente de operação.

4. Impacto mecânico

O que é:
Ocorre quando a peça recebe choques constantes ou forças repetitivas de impacto.

Sinais visuais típicos:

  • Deformações e amassamentos 
  • Trincas ou lascamentos 
  • Perda de material em regiões específicas 

Onde costuma ocorrer:

  • Equipamentos de britagem 
  • Linhas de impacto em mineração 
  • Peças sujeitas a golpes mecânicos sucessivos

5. Cavitação

O que é:
Formação e colapso de bolhas de vapor próximas à superfície da peça, gerando microchoques de alta intensidade.

Sinais visuais típicos:

  • Pequenas crateras arredondadas 
  • Superfície semelhante a corrosão irregular 
  • Ocorre frequentemente perto de rotores e pás de turbinas 

Onde costuma ocorrer:

  • Bombas hidráulicas 
  • Turbinas hidrelétricas 
  • Sistemas de fluxo turbulento

6. Fadiga superficial

O que é:
Formação de microtrincas que se propagam com o tempo devido à aplicação repetitiva de carga.

Sinais visuais típicos:

  • Desplacamento de camada superficial 
  • Microfissuras visíveis sob iluminação adequada 
  • Degradação progressiva em ciclos 

Onde costuma ocorrer:

  • Rolamentos 
  • Eixos 
  • Superfícies com contato intermitente

Como diagnosticar o desgaste antes de escolher o revestimento

A identificação correta não depende apenas de observação visual. Uma análise consistente considera:

  1. Condições do fluido (teor de sólidos, pH, viscosidade) 
  2. Velocidade de operação e geometria de fluxo 
  3. Temperatura e pressão do processo 
  4. Ciclo de funcionamento (contínuo ou intermitente) 
  5. Histórico de falhas anteriores 
  6. Material da peça e tratamentos já aplicados 

Quando há dúvida, a recomendação é realizar ensaios laboratoriais e avaliação microestrutural. Empresas com estrutura de Centro de Pesquisa e Tecnologia (CPT) podem oferecer análise técnica detalhada para esse diagnóstico.

 

Como escolher o revestimento ideal a partir do desgaste identificado

A tabela abaixo apresenta diretrizes gerais:Como escolher o revestimento ideal a partir do desgaste identificado

É importante reforçar que o revestimento ideal não depende apenas do tipo de desgaste, mas também da criticidade da peça, da tolerância dimensional e do tempo de parada aceitável na operação.

Checklist de decisão antes de aplicar o revestimento

Responder às perguntas a seguir ajuda a definir a solução mais adequada:

  1. Qual é o ambiente operacional da peça? 
  2. Há presença de partículas sólidas? Qual o tamanho e concentração? 
  3. O desgaste ocorre de forma uniforme ou localizada? 
  4. Existe histórico de trincas ou deformação? 
  5. Há restrição dimensional após revestimento? 
  6. A peça é crítica para a operação (impacto em parada)? 
  7. Qual é o tempo máximo aceitável entre manutenções? 

Se várias dessas respostas não forem claras, o próximo passo é solicitar diagnóstico técnico especializado.

Identificar corretamente o tipo de desgaste é o primeiro passo para aumentar a vida útil de peças industriais e reduzir custos de manutenção ao longo do tempo. A escolha do revestimento deve ser orientada por critérios técnicos e análise das condições reais de operação, e não apenas pelo custo inicial do processo.

Quando a decisão é tomada com base em diagnóstico preciso, o revestimento deixa de ser um reparo e passa a ser uma estratégia de manutenção e produtividade.

Para orientação técnica especializada ou avaliação de desgaste, entre em contato conosco.

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