Você conhece a história da aspersão térmica? Esse conjunto de processos, muito embora pareça bastante novo pra nós brasileiros, foi inventado há bastante tempo. Essa tecnologia foi patenteada pelo Dr. Schoop, nos Estados Unidos, em 1915?
Foi no dia 30 de Março de 1915, que o suíço Dr. Max Ulrich Schoop patenteou seu método para aspersão térmica sob a patente de nº’ 1 133 507.
Esse processo, consiste na projeção de partículas metálicas contra uma superfície previamente preparada. Ele utiliza um conjunto de energia térmica e cinética. A energia térmica amolece a partícula e com a energia cinética, essa partícula impacta a superfície, se deforma, e ancora. O resultado dessa aplicação é um revestimento que tem uma estrutura conhecida no meio como lamelar, densa e com baixa porosidade. Diferente do processo de soldagem, que tem união metalúrgica com o substrato, a aspersão térmica, na maioria das vezes, possui união mecânica com a superfície.
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Mas há outros fatos interessantes. Na história da aspersão térmica, os fabricantes apresentaram essa tecnologia como uma importante ferramenta para realizar recuperação dimensional de peças industriais que sofrem desgastes. Essa característica continua, atualmente, sendo amplamente utilizada. Em muitos casos, uma peça recuperada com a utilização de revestimentos aspergidos possui desempenho muito superior até mesmo às peças originais. Além disso, esse processo de recuperação acaba sendo bastante rápido por que o revestimento aplicado não exige qualquer tipo de período de cura. A peça fica imediatamente pronta para uso.
Outro fato importante de ser salientado na história da aspersão térmica é a evolução do processo. No princípio de sua concepção, ele permitia a aplicação somente de revestimentos mais simples, devido à baixa temperatura obtida no processo. Com o passar dos anos, os processos de inovação foram evoluindo. Foram inventados os processos de aspersão térmica com combustível gasoso e líquido e com isso foi possível desenvolver aplicações com ligas mais complexas, que podem ter resistência à abrasão, corrosão e erosão, como, por exemplo, ligas de Carboneto de Cromo, Carboneto de Tungstênio, Stellite 6, além de ligas cerâmicas.
Outro fato importante na história da aspersão térmica foi a criação do HCAT (Hard Chrome Alternative Team). Esse grupo foi formado pelos órgãos de defesa dos EUA e Canadá, somado à companhias fabricantes de equipamentos aeronáuticos e militares, com o objetivo de validar essa tecnologia como substituta do processo de aplicação do cromo duro eletrodepositado devido às suas boas características técnicas e baixo impacto ambiental e para a saúde dos trabalhadores. Hoje, essa força tarefa foi ampliada para outros processos e se chama Assets Defense.
Todas essas mudanças de paradigmas podem até demorar pra chegar em nós, mas com certeza, com o tempo, toda a cadeia produtiva vai ser pressionada a tomar decisões de mudança. As indústrias aeronáutica e automobilística já estão fazendo esse movimento no Brasil e é questão de tempo para tecnologias poluidoras terem os seus dias contados.