Revestimentos contra desgastes são ótimas soluções para aplicação em peças que trabalham em ambientes agressivos e necessitam ter sua durabilidade incrementada. A partir do surgimento das tecnologias de monitoramento da indústria 4.0, as empresas passaram a buscar a maior eficiência dos equipamentos e os tratamentos de superfícies vem ganhando importância estratégica para os profissionais de manutenção conseguir atingir esses objetivos. O processo de escolha do melhor material nem sempre é fácil. Existem muitas alternativas disponíveis e é necessário um bom conhecimento das variáveis que estão impactando no processo.
Em 20 anos de experiência com desgaste de peças, a Rijeza já vivenciou inúmeros casos de profissionais de Engenharia de Produto e Engenharia de Manutenção que tiveram diversos problemas relacionados a uma escolha equivocada de revestimentos contra desgaste. Dentre esses problemas, os três que mais identificamos e nos chamaram a atenção foram:
1 – Redução da vida útil: fazer a seleção somente pela fama de o material ser resistente à um determinado meio é um equívoco. Em muitos casos, foi observado a vida útil ser reduzida em mais de 50%.
2 – Aumento dos custos: sim, em muitos casos houveram aumento de vida útil. Mas existiam soluções que poderiam ter dado um excelente resultado com custos muito menores.
3 – Descrédito: Em algumas situações, já haviam sido realizados um volume tão grande de testes que se optou por “gerenciar o problema”. Ou seja, se permaneceu com a solução menos ruim e assumir os custos do desgaste como um problema natural.
Para ajudar os profissionais que atuam na Engenharia de Produto e Engenharia de Manutenção de empresas de diversos segmentos, elaboramos um método orientativo, bastante simples para auxiliar nesse processo.
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Identificamos três etapas muito importantes no processo de escolha dos melhores revestimentos contra desgastes.
1 – Identificar claramente qual o mecanismo de desgaste: entendemos que esse é o primeiro e principal passo. Não adianta de nada realizar uma prospecção de materiais se não se sabe o que está ocasionando o desgaste superficial. Um material que vai suportar um desgaste por erosão nem sempre vai suportar um desgaste abrasivo, ou corrosivo. Em muitos casos, o que pensamos ser um desgaste abrasivo pode ser um desgaste adesivo.
2 – Identifique a temperatura de trabalho: essa é uma informação muito importante. Os materiais não atuam da mesma maneira em todas as faixas de temperatura. Alguns materiais são projetados para trabalhar em temperaturas baixas e perdem suas características técnicas se operarem em temperaturas elevadas (acima de 400°C, por exemplo). Já outros, são projetados exatamente para operar em temperaturas elevadas.
3 – Prospecte e selecione: agora fica muito mais fácil. Prospecte materiais projetados para suportar os ambientes que você identificou e faça sua seleção de acordo com critérios que sejam mais atrativos para sua situação (como o econômico, por exemplo).
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Exemplo: se o seu problema é um desgaste por abrasão em temperatura de trabalho de 200 graus e você identificou 10 materiais que podem trabalhar nessas condições, não necessariamente é preciso escolher aquele eue tem o melhor desempenho de todos. Depende da sua condição, severidade do desgaste, se o equipamento é gargalo, etc.
Uma boa seleção de materiais pode aumentar a vida útil de peças em mais de 500% e reduzir drasticamente o custo de manutenção.
Baixe a seguir o Boletim Técnico com o Método orientativo com muito mais informações técnicas sobre revestimentos contra desgastes.