O ensaio de salt spray, também conhecido como teste de névoa salina, é um procedimento de ensaio padronizado utilizado para avaliar a resistência à corrosão de materiais e revestimentos. Este teste é especialmente relevante para produtos que serão expostos a ambientes corrosivos, como aqueles encontrados em regiões costeiras ou em aplicações marítimas, onde a salinidade é elevada.
O ensaio salt spray é realizado em uma câmara fechada projetada especificamente para este propósito, onde as amostras são expostas a uma névoa contendo uma solução de cloreto de sódio (sal) diluído em água. A concentração da solução salina, o PH da água, a temperatura dentro da câmara e a duração do teste são rigorosamente controladas e padronizadas conforme as especificações de normas internacionais, como ASTM B117 ou ISO 9227.
O principal objetivo desse ensaio é simular as condições ambientais agressivas que um produto pode enfrentar durante seu ciclo de vida, acelerando o processo de corrosão para avaliar a eficácia dos revestimentos protetores ou a resistência inerente de um material à corrosão. Após um período predeterminado, que pode variar de algumas horas a várias semanas, dependendo da norma aplicada e do objetivo do teste, as amostras são removidas da câmara e avaliadas quanto à presença de sinais de corrosão, tais como ferrugem, bolhas, descamação ou perda de aderência do revestimento. Os critérios de aceitação da resistência são determinados pelo engenheiro responsável pelo projeto.
Qual a importância e as aplicações do ensaio de Salt Spray?
O ensaio de salt spray é crucial em diversas indústrias, como a indústria automotiva, agrícola, petróleo e gás, energia eólica, energia solar, entre outras pois é através desse ensaio que as engenharias conseguem verificar se o equipamento ou componente vai resistir ao meio no qual será exposto. Através desse ensaio é possível comparar materiais e revestimentos quando submetidos ao meio salinos.
Esse ensaio também é muito utilizado pelos setores de pesquisa e desenvolvimento de diversas indústrias por que consegue avaliar de forma rápida e barata o desempenho comparativo de materiais ao meio salino. Já falamos diversas vezes sobre isso. Tentativa e erro acaba sendo uma alternativa muito cara. Um revestimento de carboneto de tungstênio aplicado por Aspersão Térmica, por exemplo, aguenta mais de 4000 horas na câmara de salt spray sem apresentar corrosão, enquanto um revestimento de cromo duro aguenta 10 vezes menos. Essa diferença representa uma durabilidade bastante superior para uma superfície revestida com esse material.
É possível também citar um outro exemplo bastante comum no nosso cotidiano. Torres de geração eólica são revestidas com revestimento de alumínio, por processo de aspersão térmica e depois são pintados. Essas torres ficam expostas a ambientes salinos severos e ainda assim possuem uma vida útil muito longa. O revestimento de alumínio testado em ensaio de salt spray suporta mais de 1000 horas sem apresentar corrosão. Levando-se em consideração que esse ensaio tem por objetivo acelerar o processo corrosivo, esse tempo, quando traduzido em durabilidade, é muito longo.
Apesar de sua utilidade, é importante reconhecer as limitações do ensaio de corrosão salt spray. Ele não pode prever exatamente a vida útil de um revestimento ou material em condições reais de uso, mas oferece uma comparação relativa útil entre diferentes opções sob condições padronizadas e controladas.
Esse ensaio é eficaz pra avaliar todos os processos de corrosão?
