Tenho percebido nas visitas que realizei em clientes da minha empresa uma preocupação cada vez maior com o aumento de durabilidade de equipamentos com confiabilidade. O principal resultado que os gestores de manutenção buscam com essa premissa é permitir que as suas empresas produzam mais com um menor custo de manutenção, permitindo, no final das contas, que as empresas melhorem a sua competitividade e ganho financeiro.
A correta escolha de materiais para a fabricação e proteção de peças de equipamentos tem papel fundamental nesses objetivos. Muitos gestores de manutenção e engenheiros de projeto geram especificações de materiais. É muito comum vermos profissionais escolhendo materiais que deram certo numa aplicação para uma outra aplicação específica e, neste caso, com resultados negativos. A tentativa e erro é a pior escolha para se atingir bons resultados porque os materiais não são projetados para resistir a todos os ambientes.
A utilização de materiais adequados pode aumentar durabilidade de equipamentos e a vida útil de peças em mais de 1000%. Na minha experiência, esse processo passa basicamente por 4 etapas:
1 – Analise do ambiente tribológico: Avalie todas as variáveis que estão agindo sobre a superfície das peças, como, por exemplo, pressão, temperatura, rotação, materiais de fabricação, lubrificação, rugosidade, etc….
2 – Definição do mecanismo de desgaste: Avalie qual o mecanismo de desgaste que está ocorrendo. É desgaste por abrasão? Erosão? Adesão? Definir o mecanismo de desgaste vai facilitar a escolha do material, tratamento térmico e revestimento contra desgaste a ser aplicado na superfície da peça.
3 – Defina as especificações: A partir das informações coletadas, defina duas ou três alternativas de especificações para aplicar no componente.
4 – Teste: Os testes são a melhor alternativa para avaliar como um material reage a um determinado ambiente. Esses testes são rápidos e o custo é muito menor do que realizar experiências no equipamento.
Case de sucesso: Um gestor de manutenção de uma empresa de alimentos tinha um problema de desgaste por abrasão em uma luva do eixo de uma bomba centrífuga utilizado no processo de produção da empresa. O desgaste era gerado pelo contato da gaxeta com a luva. A luva era fabricada em aço inoxidável. A bomba processava água, com PH neutro, porém com algumas partículas sólidas. Foi definido uma liga de carboneto de cromo e uma liga de carboneto de tungstênio. Foi realizado teste de desgaste por abrasão e o resultado foi de 5000% de diferença para ambas as especificações. A definição do material foi definida, nesse caso, pela diferença de custo de aplicação das duas ligas. O resultado na prática foi um aumento de vida útil de mais de 500% na luva, e, sem fazer nada, houve um aumento de durabilidade de 700% na gaxeta.
Veja a seguir como uma boa seleção de materiais pode aumentar a durabilidade de equipamentos e a vida útil de peças em mais de 1000%.