Desgaste abrasivo ou erosivo? Você sabe as diferenças técnicas e como eliminá-los? Resolver problemas de desgastes de peças industriais é uma excelente alternativa para melhorar a produtividade e competitividade das empresas. Especificação de revestimento correta, também contribui de forma significativa com a redução de custos no médio e longo prazos.
Nesse texto, vou deixar 3 dicas básicas para você entender melhor a diferença entre o desgaste abrasivo e o desgaste por erosão. Eles são diferentes, mas é comum os profissionais aplicarem materiais errados por não saberem as suas diferenças. Por isso, você vai aprender aqui como identificar as diferenças entre um e outro, de forma a ter uma melhor especificação de revestimento contra estes desgastes.
DICA 1 – Entenda os conceitos de desgaste por erosão e desgaste por abrasão
Eu elaborei duas definições bem amplas e que são muito importantes pra você levar em consideração para classificar esses mecanismos de desgastes e melhorar as suas especificações técnicas:
Desgaste Erosivo:
- Acontece pela remoção de partículas “que estão sendo transportadas em um fluído” e quando essas partículas impactam a superfície elas removem material.
- Exemplo: Em um exaustor que sofre desgaste, passa por ele um fluxo de ar que contém partículas duras (ar com partículas de minério, fumaça com cinzas de carvão etc). Elas vão colidir com a superfície e remover material dela.
- O desgaste por erosão pode acontecer em ângulo raso ou perpendicular:
- Quanto mais raso for o ângulo de erosão, melhor a solução vai ser voltada para materiais de dureza elevada. Nesse caso, um revetimento de carboneto de tungstênio é uma excelente solução.
- Quanto mais perpendicular o impacto, maior será a necessidade de materiais com tenacidade.
Desgaste abrasivo:
- Ocorre pela interação entre dois ou 3 corpos:
- Quando com 2 corpos, duas superfícies em movimentos relativos se desgastam devido a sua rugosidade. Exemplo: um mancal de uma máquina;
Leia também: Desgaste por abrasão – Como eliminar?
- A remoção de material de uma das superfícies pode acarretar também no desgaste por abrasão de 3 corpos, como apresentado nas imagens abaixo. Veja o exemplo a seguir: uma partícula do eixo que está mancalizado pode ser removida (da rugosidade) e ficar entre o eixo e o mancal.
DICA 2 – Identifique o aspecto do desgaste
O desgaste abrasivo ou erosivo possuem aspectos bem diferentes. A maneira como a peça se desgasta (tecnicamente chamado de mecanismos de desgastes) pode ajudar bastante na diferenciação dos desgastes:
O desgaste abrasivo apresenta, de maneira genérica, um aspecto em sulcos alinhados.
Desgaste por abrasão com 3 corpos (gaxeta, luva e partícula abrasiva)
- Já o desgaste erosivo, quando em ângulo raso, se percebe um aspecto em forma de ondas, indicando o sentido de impacto. Já quando o desgaste erosivo é em ângulo perpendicular, se observa um aumento da rugosidade superficial.
Desgaste por erosão em ângulo raso
DICA 3 – Teste os tipos de desgaste
Depois que você entendeu o conceito de cada desgaste, simule. Existem diversos laboratórios que fornecem ensaio de desgaste abrasivo e de desgaste erosivo. É muito mais barato testar com um corpo de prova do que investir um valor elevado em uma material não adequado.
Por fim, é importante lembrar que existe uma série de revestimentos contra desgastes que proporcionam resultados incríveis. Já observamos peças de indústria de mineração, como luvas de bombas, por exemplo, tiveram sua vida aumentada em mais de 500% e seu custo anual de aquisição reduzido em mais de 70% em empresas que já utilizam esse tipo de estratégia para buscar redução dos desperdícios.
Veja o estudo de caso: Aumento de durabilidade de bombas centrífugas da indústria de mineração
Porém, nem sempre os profissionais de desenvolvimento de produto e de engenharia de manutenção escolhem os materiais adequados. Os melhores materiais são aqueles feitos para suportar um ambiente específico.
É comum encontrarmos especificações de materiais bastante onerosos que não conseguem resolver o problema de maneira satisfatória. Entender com clareza o mecanismo de desgaste que atua na superfície é o primeiro passo para definir a melhor liga a ser aplicada.
DICA 4 – Vídeo complementar
Agora que você viu as dicas de especificação de revestimento. Veja como avaliar o nível de desgaste por abrasão de um material logo a seguir.