Você sabe o que é corrosão por frestas? Entender sobre os principais processos corrosivos é fundamental para um profissional que especifica materiais de fabricação de componentes realizar escolhas assertivas, tanto no que diz respeito à custos como à questões técnicas. Como já sabemos, a corrosão é uma patologia que atinge a indústria em vários setores, sendo de difícil inspeção e detecção em alguns casos, como o da corrosão por frestas.
Onde a corrosão por frestas é encontrada?
Este tipo de corrosão ocorre preferencialmente em espaços confinados, como por exemplo em conexões que utilizam parafusos, rebites, flanges ou gaxetas. Ainda, as frestas podem ser oriundas do desenho do projeto. Material depositado sobre a superfície, como papel, graxas, óleos, borracha ou sujeiras também podem gerar as condições para ocorrer a corrosão por frestas.
Nas frestas ocorrem reações eletrolíticas de forma localizada, e semelhante à corrosão por pites, devido à diferença de áreas (pequena área anódica e grande área catódica), a degradação até a base do material é rápida.
Na indústria siderúrgica pode ser encontrada em frestas em estruturas metálicas e equipamentos, especialmente em áreas de junção de chapas metálicas, soldas ou montagens com parafusos e vedações.
Na indústria naval e offshore esse mecanismo de desgaste pode ser encontrado em embarcações, plataformas de petróleo e gasodutos, frestas entre componentes como parafusos, juntas e vedações estão constantemente expostas a ambientes marinhos altamente agressivos, onde a água salgada contribui significativamente para a corrosão.
Já na indústria petroquímica a corrosão por frestas é encontrada em equipamentos de processamento que envolvem reações químicas agressivas, onde a presença de frestas em sistemas de vedação, em trocadores de calor ou em tubulações pode facilitar a corrosão.
Na indústria de papel e celulose a corrosão por frestas é encontrada em máquinas de processamento de papel e estruturas metálicas que trabalham em ambientes com exposição a água e produtos químicos ácidos.
Quais os principais impactos do processo de corrosão por frestas para as indústrias?
Apesar de ser um tipo de corrosão pouco conhecido, a corrosão por frestas causa grande impacto podendo gerar altos custos de manutenção, paradas e, na pior situação, troca de maquinário.
Os impactos da corrosão por frestas são severos e podem levar a falhas catastróficas nos ativos industriais. Entre os principais problemas podemos citar a redução da vida do tempo entre falhas (MTBF) dos componentes. Isso por que esse processo de corrosão pode degradar equipamentos críticos, como trocadores de calor, bombas, tubulações e tanques, entre diversos outros componentes.
Além disso, se não identificada a tempo, pode ocasionar paradas não programadas para manutenção que vai gerar perda de produção e aumento de custos operacionais.
A corrosão por frestas também pode impactar a eficiência dos equipamentos. É possível citar a redução do desempenho de trocadores de calor, por exemplo, comprometendo a transferência de calor e aumentando os custos energéticos.
Em ambientes de alto risco, como na indústria petroquímica ou em plataformas offshore, a corrosão por frestas pode comprometer a integridade estrutural, aumentando o risco de vazamentos, incêndios ou explosões.
O processo de corrosão por frestas também vai impactar significativamente no aumento dos custos de manutenção. A detecção e substituição de peças corroídas pode ser difícil e cara, exigindo inspeções frequentes e técnicas especializadas de manutenção.
Como prevenir a ocorrência desse mecanismo de desgaste?
Para prevenção da corrosão por frestas pode ser aplicado diversos meios, que também são utilizados para outras formas de corrosão. A proteção catódica faz uso de ânodo de sacrifício ou aplicação de corrente. A aplicação da proteção anódica resulta na formação de película protetora no metal a partir da passagem de corrente externa. Substâncias inibidoras são adicionadas em concentrações ideias para interagirem com o meio corrosivo e formarem uma barreira física de proteção na superfície do metal.
A melhoria do design do componente também pode ser uma estratégia barata e eficaz. Evitar regiões de acumulo de umidade onde possível, ou pelo menos minimizar o número de interfaces entre componentes, é uma das formas mais eficazes de reduzir o problema. Componentes com menos juntas, soldas contínuas e vedações bem projetadas reduzem os locais propícios à atuação dessa forma de corrosão.
A aplicação de revestimentos anticorrosivos aplicados por Aspersão Térmica, PTA ou Laser Cladding, como aço inox e inconel 625 é uma forma muito prática e garantida de prevenção. Várias ligas estão à disposição para proteção de flanges ou gaxetas, por exemplo. A ambiente tribológico é um fator importantíssimo e determinante para a escolha da liga a ser aplicada. Uma consulta com nosso engenheiro pode sanar as dúvidas e mostrar um caminho de sucesso.
Quer saber mais sobre desgaste por corrosão? Confira o estudo de caso que preparamos a seguir.