Há anos, vivemos no Brasil, um importante processo de desindustrialização. Fabricantes de diversos tipos de equipamentos industriais adotaram como estratégia a terceirização da sua produção para países asiáticos (na maioria dos casos, a China). Na maioria dos casos, a principal causa era o fato de o custo de aquisição desses produtos ser muito inferior ao produzido no Brasil. Inúmeros fatores direcionaram as empresas para esse cenário, mas esse é tema para outro artigo, agora vamos falar sobre a busca em melhorar a durabilidade de componentes.
A pandemia da COVID 19 mudou o cenário para os compradores e está impactando o mercado especialmente de três maneiras:
1 – Aumento dos Lead Times: Praticamente todas as empresas estão com problemas de afastamento de profissionais do seu quadro de funcionários devido ao contágio da doença. Em muitos casos, os lead times mais que dobraram e estão deixando diversos usuários desabastecidos e, pode gerar como consequência paradas de produção e grandes perdas financeiras.
2 – Desvalorização da moeda: O custo de importação subiu drasticamente devido a forte desvalorização da moeda nacional.
3 – Custos logísticos: Os custos logísticos aumentaram sensivelmente devido à falta de disponibilidade de navios, contêineres e aumento do custo mundial de combustível.
Esse cenário está forçando empresas de diversos segmentos da indústria a realizar processos de nacionalização da fabricação. No entanto, isso não é tão simples assim. O Brasil não tem mais a capacidade produtiva que tinha há alguns anos atrás e esse processo pode não ser tão rápido.
Como resolver o problema da potencial indisponibilidade de peças?
Como mencionado, muitas empresas buscaram a nacionalização das peças de desgaste dos seus equipamentos de produção. Os custos logísticos caem significativamente, mas os lead times continuam altos devido ao grande aumento na procura. Por isso, uma outra estratégia também está sendo desenvolvida paralelamente. Os gestores de manutenção de empresas de segmentos de petróleo e gás, papel e celulose, agricultura, mineração, siderurgia e energia, estão trabalhando em processos para aumentar a durabilidade de componentes e existem alguns meios de se conseguir isso:
1 – Recuperar a peça desgastada: É uma alternativa rápida e de relativo baixo custo. Mas essa alternativa depende muito da condição atual da peça para que seja possível a aplicação de materiais nobres nas regiões danificadas.
2 – Fabricação da peça com material base mais nobre: Uma boa seleção de materiais e tratamentos de superfícies pode proporcionar grandes incrementos de durabilidade de peças que sofrem desgaste por abrasão, corrosão e erosão. Para isso, é importante que quem estiver projetando o componente tenha um bom conhecimento dos principais mecanismos de desgastes que estão agindo na superfície da peça. Além disso, a realização de testes de bancada contribuem muito para a assertividade na escolha.
Case de Sucesso em Durabilidade de Componentes
Foi desenvolvido a aplicação de recobrimento de carboneto de tungstênio em voluta de bomba centrífuga de processamento de óleo usado. A durabilidade desse equipamento, em condição normal de operação e na condição técnica original de fábrica, era de 15 a 20 dias. O mecanismo de desgaste encontrado era predominantemente erosão. Foram realizados diversos ensaios de desempenho no Centro de Pesquisa e Tecnologia da Rijeza. Os resultados encontrados nas bancadas foram praticamente os mesmos encontrados depois da aplicação na voluta da bomba. Nós liberamos abaixo o documento técnico que mostra todo o conceito da aplicação e os ganhos obtidos na durabilidade de componentes com essa aplicação bem como em outros componentes de bombas. Pra baixar o pdf é só acessar o link abaixo: